Tinha ido buscar a minha esposa ao trabalho. Vou a entrar na 2ª Circular, ali bem ao lado das Torres de Lisboa, quando no meio da estrada parou um senhor... levantou os braços, colocando-os em posição de disparo de espingarda e Pum!Pum! Alveja a Torre da GALP...
O Alvejamento foi figurativo. A Torre da Petrolífera Portuguesa não caiu. O homem não foi preso, eu não o atropelei. O preço da gasolina não começou a subir... quer dizer... ele tem estado sempre a subir não é verdade?
Whatever... o Homem em causa, parecia desprovido de bens materiais (o seu aspecto exterior indicava isso), mas guarnecido de inteligência suficiente para perceber qual o Gigante a abater (ainda devem ser uns 20 e tal andares...)... e qual David com suas pedras... ele pegou no que tinha mais à mão... que eram as suas próprias mãos e apontou! Não sairam balas, saiu certamente, tristeza, angústia, raiva, por uma vida madrasta que o terá deixado sem nada... enquanto outros têm tanto e cada vez mais.
Também eu, tive vontade de levantar as minhas mãos e disparar sobre a Torre da GALP. As nossas mãos e a nossa voz vão sendo as poucas armas que podemos usar para demonstrar o descontentamento...
Só mais uma coisa. Este post não é sobre o aumento do preço dos combustíveis. É um post sobre o Estado das coisas. Sobre o aumento exponencial dos lucros de quem manda, e a descida da qualidade de vida de quem é mandado... quem não vê aqui uma relação de causalidade é cego ou não quer ver...
Vi uma cena tão marada ontem...
Alas abertas por J25 às 09:49
Marcadores: Insólito, Quotidiano
3 Comments:
Eis um gesto que pode parecer inútil, por parte de um cidadão anónimo, mas que está carregado de significado.
E estes gestos têm ,afinal, algo a ver com aquilo que escrevi há dias: há um modelo social que está em falência, pois não consegue dar respostas às necessidades elementares do cidadão comum.
Ó Marte,
nem sabes o que alegras.
É bom saber que no actual estado das coisas ainda há quem proteste.
Ainda há esperança de não nos deixarmos arrastar para o fosso que se alarga entre os muitos ricos e os muito pobres.
A esperança é a última a morrer Maria... ou não tivesse a nossa bandeira verde....
Post a Comment